sábado, 18 de maio de 2013

Um caos anunciado ou A culpa não é da natureza


Os relatos sobre a grande chuva em Recife em 17 de maio tomaram conta das redes sociais, as pessoas postavam informações, fotos e sugestões para que outros não sofressem com os seus impactos. Uma solidariedade que não se vê normalmente no mundo real. Mas se a maneira de se comunicar é nova, o problema é tão antigo quanto o próprio Recife e aqui destaco dois pontos:

1 - Impressiona ver as pessoas discutindo o impacto da chuva sem nem mesmo questionar que seus impactos não são “culpa” da natureza. Ora, culpar a natureza apresentando números é, no mínimo, cretinice! O que aconteceu com Recife não é novidade! Sabemos que no passado isso ocorreu e no futuro vai continuar acontecendo se o Estado não atuar de maneira efetiva para minimar os impactos e
2 - chama atenção o poder público não alertar a população sobre o que vai acontecer. É possível prever esse tipo de chuva e alertar a população para que ela se prepare. Ao não fazer isso, você coloca as pessoas em risco de morte! Ou, no mínimo, transtornos e danos materiais. Precisamos criar uma cultura de prevenção.

Por fim, vejo que a situação tende a piorar. Infelizmente, estamos mais preocupados com o estádio da Copa do que com a qualidade de vida das pessoas (algumas até se divertem “contando vantagem” em como enfrentaram o problema com tanta “astúcia”); a grande imprensa que tanto bate em alguns temas, nesse apenas mostra os estragos sem análise e, por fim, estamos cada vez pior de governante, se antes tínhamos opções na oposição, hoje percebo um nivelamento em descompromisso com a população.

Agora, uma sugestão para quem vive em Recife, faça uma pesquisa com todas as gestões e suas ações para minimizar de maneira perene os impactos das chuvas na cidade! Verão que muitos ainda estão politicamente na ativa e ocupando cargos... Uma lástima!

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Entre amizades e emoções


Sentado na sala de espera do aeroporto Jean Lesage, ao mesmo tempo em que estou bastante feliz em retornar para casa, sinto também uma grande tristeza ao saber que algumas das pessoas com que convivi nos últimos meses talvez eu nunca mais veja! Despedir-me de cada um foi algo difícil e emotivo.
Quando cheguei a Québec, conhecia apenas uma pessoa que foi bem presente nos meses que aqui estive, mas na minha saída, quantas pessoas fantásticas tenho que deixar para trás. Vinicius de Morais já dizia “amigos a gente não faz, reconhece-os” e Simon & Garfunkel dizam que “amigos não se encontram como águas turbulentas sobre pontes”. De fato, é verdade. Ao pensar sobre as pessoas que conheci, percebi que a amizade é muito mais um sentimento do que um conhecimento. Os amigos que aqui fiz, possuem comportamentos e interesses semelhantes aos amigos que tenho no Brasil. Fiquei feliz ao perceber que reconheço amigos pelo que sou e não pelo que posso oferecer. Além disso, os laços de amizades podem ser construídos rapidamente e nos deixar a sensação que vão durar pra sempre.

Então as refeições diárias em conjunto, partilhando tudo; os sorrisos coletivos; as conversas intermináveis; os jantares de sábado à noite; as preocupações com exames e trabalhos; as pausas para um chá; as impressões sobre Québec e sobre a vida e os passeios pela cidade estarão sempre nas lembranças.
Felizmente, a maturidade me fez dizer a cada um a sua importância para mim nesses dias. Então entre abraços, olhares saudosos e um pouco molhados pelas lágrimas e cumplicidade, saio de Québec (mesmo que temporariamente) com uma sensação estranha, uma tristeza pelo fim de um momento e a felicidade de voltar para casa.
Mas foi reconhecendo amigos no Canadá e sabendo que alguns nunca mais encontrarei, que passei a admirar ainda mais os amigos do Brasil. Aqueles que estão comigo desde a minha infância, da adolescência, da vida adulta. Eles estiveram presentes ao longo do tempo e sou feliz por poder sempre partilhar das suas presenças.
Mas acima de todos, poder voltar e reencontrar a minha melhor amiga - que ainda nem sabe bem o que é isso - me dá a sensação de ser uma pessoa de muita sorte. Mocinha, papai tá chegando...


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